Sabemos bem que ainda hoje a depressão é algo desconsiderado por muitas pessoas. A falta de informação sobre como funcionam as doenças emocionais faz delas um grande tabu e gera uma confusão em muita gente. Os primeiros sintomas geralmente surgem de maneira leve, até mesmo passam despercebido, eles vêm carregados de tristeza e desânimo. Na maioria das vezes as pessoas começam a se cobrar para serem mais produtivas e começam a se perceber sem ânimo para praticamente tudo. Esse é um primeiro sinal para ficar atento, pois a depressão se não tratada pode levar a pessoa a consequências muito drásticas como até mesmo a ideação e tentativa de suicídio, por isso é muito importante buscar ajuda.
A depressão pode ser desenvolvida por múltiplos fatores: situações como desemprego, perda de alguém querido, separações, doenças graves, dores crônicas, abuso de álcool e drogas e até mesmo a falta de autoconhecimento, uso excessivo das redes sociais entre outros fatores podem contribuir para a doença.
Aquela tristeza que não passa e que se manifesta maior parte do dia por um período de duas semanas ou mais já pode ser um sinal de que é preciso procurar auxilio psicológico.
Alguns sintomas que juntos podem ser sinal de depressão:
O diagnóstico é feito através das queixas do paciente, por isso é preciso que a pessoa consiga descrever ao máximo possível o que tem sentido nos últimos tempos, além disso não é raro que encontremos outras psicopatologias associadas como a ansiedade, sintomas psicóticos.
Veja alguns sintomas possíveis:
Humor: tristeza prolongada, perda de interesse em atividades que antes eram agradáveis; choro, irritação aumentada, mau humor.
Autoimagem: sentimentos de culpa, sensação de vazio, solidão, baixa autoestima, sensibilidade a rejeição, desesperança.
Funções cerebrais: dificuldades de concentração e foco, problemas de memória, dificuldade em realizar atividades diárias e tomadas de decisão.
Pensamentos: visão distorcida da realidade, pessimismo aumentado, ideações suicidas, pensamentos negativos persistentes.
Comportamento: falta de energia, fadiga constante, inquietação, agitação psicomotora, lentidão nos movimentos e na fala, perda da libido, isolamento, dificuldade em receber e transmitir afeto, aumento ou perda de apetite, uso de álcool e drogas.
Sono: dificuldades para dormir ou dormir demais.
No corpo: aumento ou perda de peso, sensação de peso nos braços ou pernas, dores ou problemas de pele, digestivos sem causa aparente, baixa imunidade.
Como ajudar alguém que esteja passando por isso?
Se você percebeu sintomas de depressão em alguém o incentive a buscar atendimento psicológico e psiquiátrico. Embora não sejam todos os pacientes que tem ideações suicidas, é preciso ficar em alerta com frases muito pessimistas, mudanças de comportamento, isolamento, agressividade, passividade ou agitação.
Como sabemos, tratar de doenças emocionais ainda é um grande tabu em nossa sociedade. O receio de procurar um profissional de saúde mental pode piorar ainda mais a doença. É bom afirmarmos que depressão não é “frescura, falta de fé, doença de gente rica” entre outras coisas. Todos estamos sujeitos a passar por algo assim e o melhor a fazer é buscar um bom profissional que consiga ouvir tais questões e ajude no processo de melhora.
Procure ouvir sem julgamentos e ofereça ajuda, na maioria das vezes pessoas com depressão tem muita dificuldade em buscar ajuda e as consequências podem ser muito graves.
Tratamento
O tratamento é indicado de acordo com a gravidade da situação de cada paciente e pode incluir:
– Medicamentos
– Psicoterapia
A combinação de medicações e psicoterapia geralmente dão muito bons resultados, pois os medicamentos melhoram os sintomas e a psicoterapia trabalha a causa emocional desses sintomas.
Em casos mais leves só a psicoterapia já pode ajudar a pessoa com depressão, geralmente associada com mudanças de rotina, de comportamento e adotando estilo de vida mais saudável.
Psicóloga Juliana Ferreira Moraes Rovaron
CRP 06/154858